domingo, fevereiro 13, 2011

Led Zeppelin - II [1969]



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O Led Zeppelin surgiu com o guitarrista Jimmy Page tentando formar um novo Yardbirds - apenas na teoria, pois o grupo realmente se chamaria "The New Yardbirds" para cumprir um contrato de shows na Escandinávia. Com ele estavam o baixista Chris Dre

ja, o vocalista Robert Plant e o baterista John Bonham, mas logo Dreja deu lugar a John Paul Jones.

O primeiro álbum, lançado em janeiro de 1969, foi um sucesso. Mas o definitivo é o que trago-vos nessa postagem. "Led Zeppelin II" chegou às prateleiras em outubro de 1969 e foi gravado aos pedaços, em vários lugares diferentes, durante descansos de turnês - já que, agora, o quarteto fazia muitos shows.

Mas isso não interferiu no processo compositivo. Pelo contrário: ajudou bastante, pois as pirações improvisadas no palco davam subsídio à novas composições. E tem-se aqui um clássico incontestável do Rock N' Roll que, do começo ao fim, não transmite falta de inspiração em nenhum momento sequer.

Em comparação aos outros trabalhos do começo do Zeppelin, "II" é o mais pesado. Ainda que com as mesmas temáticas líricas e influência do Blues e da Folk Music, seu antecessor e seus primeiros sucessores continham uma predominância acústica, enquanto que neste disco é tudo feito de forma bem crua, inclusive a produção do mestre Eddie Kramer, prevalecendo elementos como guitarras distorcidas, vocais agudos e berrados, linhas de baixo pesadas e sequências de bateria bem agressivas.



O começo se dá com a clássica "Whole Lotta Love", que une Blues, Rock N' Roll e psicodelia de forma soberba, com riffs avassaladores de guitarra e baixo, bateria cavalar e vocais belíssimos de Plant, além do momento viajante no meio da canção. Em seguida tem-se "What Is And What Should Never Be", que se assemelha mais com o primeiro álbum do Led pelas mudanças entre o calmo e o pesado, e "The Lemon Song", um Blues Rock onde Page dá um show à parte.


"Thank You", composição de Plant e Page, quebra o clima perfeitamente e é uma das melhores baladas da carreira da banda, caracterizando-se por ser simples, direta e aconchegante. Mas logo a pauleira volta com "Heartbreaker", hino imponente que conta com um dos riffs e um dos solos mais conhecidos da história do Rock. A canção, notória evolução do Blues rústico, é tão influente que até motivou Eddie Van Halen a desenvolver sua técnica de tapping, enquanto tentava reproduzir seu solo.


A continuação de "Heartbreaker" é uma das músicas mais injustiçadas da carreira do grupo: "Living Loving Maid (She's Just A Woman)", mesmo com uma levada clássica e gostosa, nunca recebeu muita atenção pela banda pela temática, groupies, pois a namorada de Jimmy na época, Charlotte Martin, se sentiu ofendida - uma pena, pois é uma excelente faixa! Em seguida, a calma "Ramble On", que teve sua letra influenciada pelo livro "O Senhor Dos Anéis" de J.R.R. Tolkien, tem uma musicalidade peculiar e um tanto quanto inspirada na Folk Music, mas com seus momentos Rock N' Roll.


O instrumental "Moby Dick" chega e os caras simplesmente descem o cacete, principalmente John Bonham em seu solo clássico de bateria. Por fim, uma readaptação de "Bring It On Home", composta por Willie Dixon e popularizada por Sonny Boy Williamson II. Apenas a introdução e algumas outras nuances remetem à canção original, enquanto a maioria das modificações foi realizada por Page e Plant. Um desfecho apoteótico para um álbum que dispensa quaisquer comentários.


A recepção, como sempre, foi calorosa: o álbum chegou à primeira posição das paradas inglesas, canadenses e americanas, chutando "Abbey Road" do The Beatles do topo desta. Em poucos meses o álbum já havia vendido 3 milhões de cópias nos Estados Unidos e hoje já passou das 12 milhões apenas por lá, enquanto que no Reino Unido já receberam 3 discos de platina até hoje pelo play. E novamente o Zeppelin embarcou para uma incessante turnê.


Ao meu ver, este é o melhor trabalho dos monstros. Está muito a frente da época em que foi gravada em inúmeros aspectos e influenciou a maioria das bandas de Hard Rock e Heavy Metal que vieram no futuro, de Kiss à The White Stripes, de Aerosmith à Red Hot Chili Peppers. Preciso dizer que "Led Zeppelin II" é indispensável na coleção de qualquer roqueiro que se preze?


01. Whole Lotta Love
02. What Is And What Shoud Never Be
03. The Lemon Song
04. Thank You
05. Heartbreaker
06. Living Loving Maid (She’s Just A Woman)
07. Ramble On
08. Moby Dick
09. Bring It On Home


Robert Plant - vocal, harmônica
Jimmy Page - guitarra, violão, backing vocals
John Paul Jones - baixo, órgão, teclados, backing vocals
John Bonham - bateria, tímpano, percussão, backing vocals



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