sexta-feira, abril 01, 2011

Iron Maiden - Somewhere In Time [1986]


     O lançamento do clássico "Powerslave", formador de caráter de inúmeros fãs de metal, foi sucedido por um período certamente experimental na carreira do Iron Maiden. Em pleno auge comercial, o grupo decidiu desbravar novos horizontes através de suas composições, e o primeiro a fazer isso de fato foi o álbum dessa postagem.


  Lançado em setembro de 1986 e mais uma vez sob a tutela do competenteMartin Birch, "Somewhere In Time" traz um Maiden até certo ponto repaginado, com uma cara mais "anos 80" no que diz respeito a sonoridade: a presença de guitarras sintetizadas e uma produção levemente pasteurizada torna o registro atrativo para uns, descartável para outros.


     Até certo ponto, foi o primeiro trabalho do conjunto a dividir opiniões entre os fãs, já que os cinco anteriores eram clássicos incontestáveis do gênero. Ao ver de quem vos escreve, a opção caiu como uma luva para a temática abordada no álbum, tendo em vista que não era conceitual mas retratava temas futuristas - como se pode perceber pela (excelente e muito bem trabalhada) capa e pelo título, que traduzido para o português significa "em algum lugar no tempo".





     Como qualquer outro disco do Iron, o perfeccionismo toma conta das canções. Tudo parece ter sido metrificado e calculado com destreza. Nada parece ter sido inserido por acaso e isso reflete o comprometimento que a trupe sempre teve em dar o melhor de si em cada nova empreitada, mas principalmente aqui. Isso é comprovado ao analisar cada instrumento: o vocal de Bruce Dickinson se mostra poderoso como de praxe, as linhas de baixo de Steve Harris estão mais criativas do que nunca, o trabalho de Nicko McBrain com as baquetas é ótimo e as guitarras gêmeas de Dave Murray e Adrian Smithdemonstram precisão cirúrgica e entrosamento jamais visto anteriormente no metal.

     Além disso, a importância de Smith foi devidamente provada por aqui, pois compôs o álbum todo com Harris, fazendo com que todas as composições de Dickinson fossem rejeitadas, a respeito da temática. Inclusive, Smith foi o responsável por conceber as principais faixas: "Sea Of Madness" e os singles "Stranger In A Strange Land" e "Wasted Years", que chegaram às posições de número 22 e 18, respectivamente, nas paradas britânicas. As vendas gerais do álbum, diga-se de passagem, não desapontaram: disco de platina nos Estados Unidos e ouro tanto no Reino Unido quanto na Alemanha não é de se ficar triste, bem como uma turnê de circulação mundial.

     Tamanha a perfeição de "Somewhere In Time", é impossível fazer destaques particulares. As canções se completam e formam, de longe, uma das obras mais inspiradas do metal. Goste ou não de Iron Maiden, trata-se de um fato incontestável.










1 - Caught Somewhere In Time
2 - Wasted Years
3 - Sea Of Madness
4 - Heaven Can Wait
5 - The Loneliness Of The Long Distance Runner
6 - Stranger In A Strange Land
7 - Deja-Vu
8 - Alexander The Great


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